De acordo com Jacques Rancière, todos os sistemas políticos anteriores à democracia sustentavam a legitimidade de seus governantes em algum tipo de título, seja por filiação humana ou divina. Porém, conforme o autor, após o advento dos regimes democráticos, passa-se a ter como pressuposto essencial a igualdade.
Assim, o ódio à democracia é, segundo Rancière, um fenômeno recorrente na sociedade contemporânea, uma vez que as classes mais privilegiadas se opõem ao elemento prático mais essencial do regime democrático, qual seja, o da ausência da exigência de títulos para participação em cargos de poder.