Sítio Formoso era lindo Feito o nome já dizia Lá morava uma menina O seu nome era Maria O mesmo nome da avó Da mãe e também da tia
Por haver tanta Maria Pra ninguém se aborrecer Ela ganhou mais um nome Logo depois de nascer Tornou-se Maria Flor E assim pôs-se a crescer
O jardim a florescer A primavera chegou! Correu notícia no sítio Rebuliço se instalou “Vai ter baile e muita dança o vizinho convidou!”
Cada moça procurou uma roupa pra usar Maria Flor foi correndo No seu baú foi buscar Escolheu um vestidinho O mais bonito que há!
Mas ao experimentar… O vestido não cabia! Essa Flor cresceu tão rápido Coitadinha da Maria! [...]
Uma prima lhe acudia: “Esse aqui pode ser seu Já não cabe mais em mim Já não pode mais ser meu” Maria pegou o vestido E à prima agradeceu A menina entristeceu Queria roupa novinha! [...]
“Que cara é essa querida” perguntou-lhe uma cigarra pousada na margarida Maria Flor respondeu: “Estou muito mal vestida!” [...]
E a cigarra fez: “psiu! Eu posso te ajudar! Vou chamar alguns amigos Sua roupa incrementar Você já é tão bonita E mais bela irá ficar!” [...]
Maria se viu dançando Não podia acreditar! Nunca se vestiu assim Nunca pôde imaginar Quase beijou a cigarra Que falou pra não cantar:
“Vá depressa aproveitar lá na festa se entreter [...]”
Maria então foi fazer O que a cigarra mandou Se divertiu como nunca! Todo mundo elogiou O vestido mais bonito Que ninguém jamais usou
“E quem foi que costurou?” Todo mundo perguntava Maria contava tudo Mas ninguém acreditava Ela estava tão feliz Que pros outros nem ligava! [...]