No trecho abaixo, a professora Márcia Arruda Franco indica que a diferença fundamental entre a épica clássica (como em Odisseia e Ilíada) e o que se apresenta em Os Lusíadas se deve ao fato de que o texto de Camões: *
A diferença entre estas épicas diz respeito menos à estrutura de composição do que ao fato de a épica camoniana se basear em fatos históricos, a navegação de Vasco da Gama, uma figura histórica, e não mitológica, como Odisseu ou Eneias.
Os Lusíadas, figurando no cânone das grandes épicas da cultura ocidental, em linha com a Odisseia e a Eneida, depressa conferiram dignidade e crédito à língua portuguesa como língua de cultura.
Durante o processo multissecular de canonização da épica portuguesa, a comparação com os épicos antigos foi mais afirmada do que negada, como no passo de o Hospital das letras, de Francisco Manuel de Melo, autor seiscentista: “Tão pouco lhe parece ser o maior poeta de Espanha entre os heroicos, o mais venerado, o mais aplaudido, aquele que despojou da sua primazia a língua castelhana, que se pôs barba a barba com o nosso insigne Tasso, ombro por ombro com o Mantuano Virgilio, rés por rés com o grego Homero?”.
A/não possuía um herói.
B/se diferencia da épica clássica quanto à estrutura da versificação.
C/não conta feitos grandiosos de um povo.
D/apresenta um herói histórico e real, em detrimento de personagens mitológicas.
E/não possui esquema formal rígido na escrita das estrofes.