No Brasil, assim como em outros países, o lazer se desenhou a partir da necessidade de controle do “tempo livre”, cujas reivindicações de classe dos trabalhadores resultaram em conquistas sociais ocorridas no início do século XX, gerando a regulamentação da jornada de trabalho na década de 1930 e, consequentemente, o aumento do tempo de não trabalho.
Juntamente com as mobilizações dos trabalhadores, observamos mudanças significativas na estrutura social brasileira. Em nome da modernidade e da racionalidade produtiva, havia um esforço generalizado pelo desenvolvimento de estratégias higiênicas ligadas ao projeto de controle corporal da população brasileira, em que a vadiagem, a preguiça, a inutilidade e a improdutividade significavam doenças sociais que precisavam ser banidas.
O lazer passou a ser visto como problema social e, visto pela classe dominante como uma dimensão importante da sociedade, ocorreu nesse período o aumento das preocupações institucionais e governamentais com o lazer.
Sobre o lazer nesse período, é correto o que se afirma em:
I) As atividades recreativas, numa visão funcionalista, eram entendidas como remédios para mascarar os sintomas dos problemas sociais. Além disso, eram utilizadas como instrumentos para a manutenção da saúde e recuperação da força de trabalho;
II) Como resultado do crescimento da visibilidade do lazer como questão social, observou-se, entre as décadas de 1920 e 1940, a construção de parques públicos urbanos e a criação de serviços públicos de recreação;
III) Outro marco importante para esse processo foi o surgimento do sistema S – entre as instituições que o compõem, destaca-se o Serviço Social do Comercio (SESC), que, a partir dos anos de 1950, passou a oferecer sistematicamente atividades programadas de lazer;
