Piraiaguara sentiu um grande orgulho de ser carioca. Se o Atobá Maroto tinha dado nome para as ilhas, ele e todos os outros botos eram muito mais importantes. Eles eram o símbolo daquele lugar privilegiado: a cidade do Rio de Janeiro. ⎯⎯ A “mui leal e heróica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”. Piraiaguara fazia questão de lembrar do título, e também de toda a história da cidade e da Baía de Guanabara. Os outros botos zombavam dele: ⎯⎯ Leal? Uma cidade que quase acabou conosco, que poluiu a baía? Heroica? Uma cidade que expulsou as baleias, destruiu os mangues e quase não nos deixou sardinhas para comer? Olha aí para o fundo e vê quanto cano e lixo essa cidade jogou aqui dentro! ⎯⎯ Acorda do encantamento, Piraia-guara! O Rio de Janeiro e a Baía de Guanabara foram bonitos sim, mas isso foi há muito tempo. Não adianta ficar suspirando pela beleza do Morro do Castelo, ou pelas praias e pela mata que desapareceram. Olha que, se continuar sonhando acordado, você vai acabar sendo atropelado por um navio! O medo e a tristeza passavam por ele como um arrepio de dor. Talvez nenhum outro boto sentisse tanto a violência da destruição da Guanabara. Mas, certamente, ninguém conseguia enxergar tão bem as belezas daquele lugar. Num instante, o arrepio passava, e a alegria brotava de novo em seu coração.
2. O fato que provoca a discussão entre as personagens é: * A. a escolha de nomes de botos para as ilhas B. a história da cidade do Rio de Janeiro C. o orgulho do boto pela cidade do Rio de Janeiro D. os perigos do Rio de Janeiro para os botos