Resposta: a) Nos quatro quadros, duas pessoas conversam, sem nenhuma intermediação de qualquer figura ou elemento que aluda ao Estado, sobre a nova circunstância de trabalho. É anunciado que não se precisa de sindicato, de estabilidade, de benefícios. Nesse sentido, as afirmações do personagem masculino evidenciam a ausência da intermediação do Estado na regulação das relações de trabalho, com a imposição do Estado Mínimo (neoliberal), na década de 1990. O uso dos termos “globalização” e “reestruturação” para nomear as situações dispostas em cada quadro reforça essa nova relação entre Estado e economia capitalista. No primeiro caso, com a globalização, a produção de riqueza e seu controle não passariam mais necessariamente pelo espaço nacional. No segundo, a reestruturação implicaria diretamente a retirada de atribuições do Estado.
b) Na charge, várias circunstâncias evidenciam a mudança quanto às relações de trabalho: 1) prescindir da organização coletiva (sindicato); 2) fim da estabilidade no emprego; 3) redução (reestruturação) de benefícios; 4) aparecimento do voluntariado como meio de dinamização da produção e circulação de riqueza. Essas circunstâncias caracterizam e explicam a nova organização das relações de trabalho, consolidada na década de 1990, na medida em que demarcam a flexibilização das relações de trabalho e a reestruturação dos benefícios sociais.