O texto aqui, pra quem precisar...O trabalho escravo no Brasil envolveu homens, mulheres, crianças e por mais de 300 anos predominou em todas as atividades, tanto no campo como na cidade. Quem visitou o Brasil durante esse período caracterizou o que eram essas atividades. Spix e Martius tratam de Salvador em 1818: “é tristíssima a condição dos que são obrigados a ganhar diariamente uma certa quantia (uns 240 réis) para os seus senhores; são considerados como capital vivo em ação e, como os seus senhores querem recuperar dentro de certo prazo o capital e juros empregados, não os poupam”. (REIS, 2019, p. 42)
O trabalho escravo nas cidades poderia ser feito “ao ganho”, quando o escravo exercia uma atividade remunerada e esse valor deveria ser dado ao seu senhor. Por exemplo, segundo João Reis, em 1847 em Salvador, um carregador de cadeiras e um sapateiro devia 400 réis por dia ao seu senhor; um ganhador de cesto, 320 réis, uma lavadeira, 240 réis; Em 1872 as diárias variavam entre 428 (valor devido por um africano de 50 anos) e 571 réis (o mais novo) (REIS, 2019, p. 42).
Em 1857, muitos escravos que faziam o ganho em Salvador se revoltaram e promoveram uma greve, que paralisou todas as atividades que exerciam por alguns dias, até ter suas reivindicações atendidas. Segundo Reis:
“A paralisação de 1857 foi um capítulo da resistência dos africanos ao crescente controle e vigilância a que eram submetidos sistematicamente em Salvador. Mas não foi um episódio qualquer. Os ganhadores suspenderam o transporte na cidade durante mais de uma semana, num movimento que parece ter sido a primeira greve geral de um setor importante da economia urbana no Brasil” (REIS, 2019, p. 35)"Fonte: REIS, João José. Os Ganhadores. A greve negra de 1857 na Bahia. São Paulo, Companhia das Letras, 2018. p.35-42. Adaptado.

1 - É possível estabelecer uma relação entre essa greve em Salvador e a Revolta no Haiti? Qual? *