Milhões de homens ficavam uns diante dos outros nos parapeitos de trincheiras barricadas com sacos de areia, sob as quais viviam como – e com ratos e piolhos. De vez em quando seus generais procuravam romper o impasse. Dias e mesmo semanas de incessante bombardeio de artilharia, que um escritor alemão chamou depois de furacão de aço (Ernst Jünger, 1921), amaciavam o inimigo e o mandavam para baixo da terra, até que, no momento certo, levas de homens saíam por cima do parapeito, geralmente protegido por rolos e teias de arame farpado, para a terra de ninguém, um caos de crateras de granadas inundadas de água, tocos de árvores calcinadas, lamas e cadáveres abandonados, e avançavam sobre as metralhadoras, que os ceifavam, como eles sabiam que aconteceria.
HOBSBAWN, Eric. Era dos extremos: o breve século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
A estratégia de guerra usada na Primeira Guerra Mundial e descrita no excerto
A) contribuiu para a diminuição do número de soldados mortos.
B) foi praticada desde o século XIX por ser eficaz e com baixo risco de morte.
C) prolongou a guerra e aumentou o número de mortos devido à luta e às doenças.
D) foi adotada no início do conflito, mas logo foi substituída pela guerra de movimento.
E) teve alta eficácia em preservar a vida dos soldados, pois eles estavam seguros nas trincheiras e evitavam armas de fogo.